quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ARTIGO

Dislexia:Distúrbio ligado a leitura e escrita




Resumo

Estima-se que a dislexia acometa entre 10% e 15% da população mundial. Este transtorno da aprendizagem aparece na escola, durante a alfabetização, e alguns dos seus sintomas, anterior a ela. É hereditária e congênita, sem causas culturais, intelectuais e emocionais, onde a criança falha no processo de aquisição da linguagem. Os disléxicos têm um nível de inteligência normal, muitas vezes superior, e grande habilidade em determinadas áreas, mas suas dificuldades de aprendizagem resultam em uma discrepância entre o seu potencial intelectual e seu desempenho escolar. As dificuldades de aprendizagem, causada pela dislexia, podem causar implicações e problemas na personalidade, por isso, o diagnóstico e acompanhamento, adequado tornarão as implicações emocionais quase inexistentes e a criança mais confiante e segura frente a sua realidade e necessidades.


Palavras-chaves: dislexia, transtornos, aprendizagem.

Abstract
They is esteem that the dyslexia to attack between 10% and 15% of the world-wide population.This upheaval of the learning appears clearly in the school,during the alphabetizing,and some of its symptoms,prvisious it.She is hereditary and congenital,without cultural causes,intellectual and emotional,where the child fails in the process of acquisition oflanguage.The dyslexia have a level of normal intelligence,many times superior,and great ability in determined areas,but is difficulties of learning result in a discrepancy between its intellectual potential and its pertaining to school performance.The difficulties in the learning,caused for the dyslexia,can cause emotional implications and problems in the personality, therefore,diagnosis and accompaniment,adjusted wil become the almost inexistent emotional implications and the child most confident and insurance front its reality and necessities.

Word-keys: dyslexia,upheaval,learning.


Introdução

Este trabalho vem abordar um assunto que mais afligem as crianças na idade escolar, a dificuldade de aprendizagem relacionada a dislexia.
A dislexia é um distúrbio específico de aprendizagem que se caracteriza por uma dificuldade significativa para a leitura, escrita e soletração.
Segundo Doutor Rubens Wajnsztejn a dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na leitura e escrita, não sendo explicitado por déficit de inteligência, oportunidade de aprendizado, distúrbios motivacionais ou acuidade sensorial.
A dislexia apresenta causas hereditária e familiar. A história familiar é um dos fatores de riscos mais importantes, pois 23 a 65% das crianças com pais disléxicos apresentam o distúrbio.


1-O que é dislexia?
A dislexia é basicamente um distúrbios ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ao contrário do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela tem sido vista como uma condição hereditária.
A dislexia é uma dificuldade específica em leitura. A persistência da dificuldade leitora não só caracteriza a síndrome e repercute no sistema da escrita (produção de textos e ortografia).
Ao aprender a ler e escrever, a criança nasce novamente: se antes nasceu para a vida, agora nasce para viver no mundo da cultura. Toda a vida escolar é marcada pelas primeiras experiências que as crianças vivem em relação à aquisição de conhecimentos e habilidades.
A dislexia não é uma doença, mas sim um transtorno de aprendizagem, cujos sintomas podem ser percebidos desde a pré-escola e o diagnóstico é geralmente concluído, quando a crianças alcança os sete ou oito anos de idade.
A dislexia é caracterizada fundamentalmente pela presença de grande dificuldade para a aquisição da leitura, geralmente acompanhada por idêntica problemática em relação à escrita,quando não existe atraso cognitivo,problema psicológico de porte ou deficiência sensorial que justifique tal transtorno. A maioria das crianças disléxicas sofre com os frequentes fracassos escolares, os quais geram o rebaixamento da auto-estima e, consequentemente, levam a comportamento que variam da apatia à agressividade, tornando a vida escolar e familiar muito desgastante.
É possível perceber alguns sinais de risco para a aprendizagem da leitura e escrita desde os quatro anos de idade. Essa percepção precoce é importantíssima no encaminhamento da criança aos profissionais especializados em tal diagnóstico (psicopedagogo,neurologistas) a fim de evitar que os danos consequentes à baixa auto-estima e os problemas escolares comecem a se instalar.
Alguns sintomas podem chamar a atenção dos pais e professores, quando frequentes e mais intensos do que o esperado para a idade.
Crianças entre 4 e 6 anos:
•A omissão, inversão ou a confusão de fonemas;
.Vocabulário empobrecido;
•Dificuldade na expressão oral;
•Baixo nível de compreensão da linguagem;
•Dificuldade em aprender e diferenciar cores, formas, tamanhos, posições;
•Problemas de lentidão motora
•Atraso na aquisição de conhecimento do esquema corporal, orientação e sequenciação;
Crianças entre 6 a 9 anos:
•Permanecem ou aumentam as inversões, confusões, trocas e omissões de fonemas;
•O vocabulário passa a ser cada vez mais empobrecido em relação à faixa etária e escolaridade alcançada;
•Na leitura, geralmente silabada, hesitante e mecânica, é frequente a presença de confusão entre letras, como por exemplo, entre: a/o; a/e; u/o; b/d; p/q; u/n, assim como aparecem omissões,inversões e adições de sílabas nas palavras lidas, o que dificulta ainda mais o entendimento do texto;
•Na escrita percebem-se confusões de letras semelhantes pelo som ou forma;
Crianças com mais de 9 anos:
•Dificuldades na estruturação das frases;
•Inadequação no uso dos tempos verbais;
•Dificuldade persistente na compreensão da leitura, assim como na expressão oral e escrita;
•Escrita muito irregular, com incorreções ortográficas, semântica e sintática;
•Transparecem as dificuldades às outras aprendizagens escolares que tenham como base a leitura e sua compreensão;
•Negam-se ou evitam ler, principalmente em voz alta;
•Compreendem melhor o que é lido para eles do que o que leem;
Antes de qualquer atitude, deve-se analisar como o indivíduo reage diante do processo de alfabetização.Apresentam-se dificuldades de pronúncia, de articulação, dificuldades para aprender nomes de letras ou cores, falta de memória para lembrar-se de coisas simples, como seu endereço, data de aniversário, não se concentra em aulas teóricas, preferindo aulas de criatividade, como colagem, desenho etc. E, ainda, se o aluno parece não identificar letras em geral, confunde-se ditados, faz inversões. (OLIVIER DR, LAU DE, 2003,p.21)

1.1-Tipos de Dislexia
1.Dislexia Congênita ou Inata: é a Dislexia que nasce com o indivíduo.
2.Dislexia Adquirida: é a dislexia que vem através de um acidente qualquer.
3.Dislexia Ocasional: é a dislexia causada por fatores externos e que aparece ocasionalmente.
4.Dislexia Visual: é a dificuldade para seguir e reter seqüências visuais e para a análise e integração visual de quebra-cabeça e tarefas similares.
5.Dislexia Auditiva: é a dificuldade de discriminar os sons de letras, reconhecer variações de sons, seqüências de palavras, ordens e histórias.
6.Dislexia profunda ou fonética: encontram-se erros de tipo semântico, dificuldade para compreender o significado das palavras, com adição de prefixos, maior facilidade para as palavras de conteúdo que para s de função.
7.Dislexia fonológica: sobre a qual existem poucos trabalhos, encontram-se menos erros que na profunda.
8.Dislexia superficial: as crianças revelam dificuldades dependendo da longitude e complicação das palavras, como acontece a tantas crianças disléxicas.
1.2- A dislexia e a alfabetização
Do ponto de vista do desenvolvimento e da construção de significados, só pode ser significativo para as pessoas aquilo do qual ela possui um mínimo de experiência e de informação.
Por isso, o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os movimentos da mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Desta maneira, a criança disléxica associará a forma de escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos, pois falar, ouvir, ler, escrever, são atividades da linguagem.
Para auxiliar o aluno disléxico em suas linguagens, a escola deve dar encorajamento, atender e respeitar as capacidades e os limites da criança, estar informada, para amparar a criança em sua dificuldade, manter o professor da classe familiarizado e sensibilizado com a dislexia, para compreender e apoiar a criança, na sala de aula, reconhecer a necessidade de ajuda extra classe e desenvolver um clima de paciência, para que as crianças possam ter tempo suficiente para cumprir suas tarefas e, até mesmo, repeti-las várias vezes para retê-las.

2-Sinais de dislexia na idade escolar
.Para lanhez(2002) estes são sinais importantes de dislexia na idade escolar.
•Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita;
•Trocas ortográficas ocorrem, mas dependem do tipo de dislexia;
•Problema para reconhecer rimas e alterações (fonemas repetidos em uma frase);
•Desatenção e dispersão;
•Melhores resultados, nas avaliações orais, do que nas escritas;
•Dificuldade de coordenação motora fina (para escrever, desenhar e pintar) e grossa (é desordenada);
•Dificuldade de copiar as lições do quadro, ou de um livro;
•Problema de lateralidade (confusão entre esquerda e direita, ginástica);
•Dificuldade em manusear mapas e dicionários;
•Esquecimento de palavras;
•Desinteresse ou negação da necessidade de ler;
•Leitura demorada, silabadas com erros.Esquecimento de tudo o que lê;
•Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo;
•Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar seqüências;

2.1-O papel do professor no trabalho com o aluno disléxico
Segundo Dra.Lou de Olivier (2003), o professor também tem papel fundamental na assessoria a este aluno disléxico, no sentido de estimulá-lo em aulas de criatividade,não exigir bom desempenho em aulas muito teórica,não ridicularizá-lo nem permitir que seus colegas o ridicularizem por não acompanhar a classe.Se por um lado,os disléxicos têm enormes dificuldades na aquisição da linguagem escrita ou falada,por outro lado,podem ter grandes aptidões no campo das artes e política e, e, atividades que dependem de criatividade...(que fique claro que isso se aplica aos destros com alteração hemisférica comprovada e não é comum a todos os disléxicos).
Portanto, ao relacionar-se com o aluno disléxico, o professor deve tratá-lo com máxima dedicação e com muito incentivo a sua criatividade.
O ideal seria implantar classes especiais para estes alunos, onde teoria fosse menos importante e as aulas práticas tivessem mais força. Isso p resolveria o problema no ensino e praticamente todos os indivíduos com distúrbios de aprendizagem (dislexia ou qualquer outro distúrbio).
É muito importante que o professor e os familiares estejam atentos para que possa encaminhar o indivíduo com características disléxicas o quanto antes para avaliação psicopedagógica, pois quanto antes for iniciado o acompanhamento, melhores serão os resultados. A atuação do professor neste caso é fundamental. Pois é através deste que o aluno poderá ser incentivado a avançar no processo de ensino aprendizagem.


2.2-O papel da família no trabalho com o aluno disléxico
A dislexia é um transtorno severo de leitura e escrita, que traz repercussão nas atividades de aprendizagem em geral, mas certamente não é um obstáculo. É essencial encontrar a porta de entrada, aquela que permite à pessoa com dislexia encontrar-se com suas dificuldades e desenvolver as habilidades, chegando fortalecida e segura à porta de saída.
Quando uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem relacionada a dislexia,não é só ela que sofre com esse transtorno mas o mesmo envolve a todos.
A família é muito mais do que soma de seus membros, ela é uma totalidade. Por isso o envolvimento da família no tratamento da criança com dislexia é essencial para a superação de todos os obstáculos.
Compreensão, aceitação e confiança são respostas que a família irá encontrar nesta trajetória. Porque conhecendo melhor o que é dislexia poderá identificar as dificuldades e assim oferecer melhor ajuda.
Aceitação, porque sensibilizará com as dificuldades da criança e não irá confundir este comportamento com desinteresse ou preguiça.
Confiança, porque tendo adquirido novas aprendizagens, a família poderá auxiliar a criança com dislexia a sentir-se mais compreendida, aceita e confiante em si e nos outros.
Segundo Álvaro Marchesi (2006), há famílias que são capazes de enfrentar as dificuldades de aprendizagens de seus filhos porque estão preparados para isso, porque se empenham em fazê-lo ou porque contam com os meios para buscar ajudas externas. Outras ao contrário, não têm essas possibilidades, não sabem, não querem ou não podem assumir sua responsabilidade de educar.
A criança com dislexia precisa de uma pessoa persistente encorajadora, alguém que lhe de apoio e o defenda inflexivelmente, que atue como um incentivo quando as coisas não estão indo bem,que seja seu amigo e confidente quando os outros façam chacotas e o deixem envergonhado, um defensor que,por ações e comentários,expresse otimismo para o futuro.(SALLY SHAYWITZ ,2006,p.139)



Conclusão

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo: a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar aquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.
Nunca é tarde demais para ensinar disléxico a ler e a processar informações com mais eficiência.


Referências Bibliográficas

•MARCHESI,Álvaro- O que será de nós, os maus alunos?/ Porto Alegre:Artimed,2006

•OLIVIER,.Lou de- Distúrbios de aprendizagem/comportamento:verdades que ninguém publicou/São Paulo: Scortecci,2003.

•SHAYWITZ,Sally.Entendo a dislexia:um novo desafio e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura/Porto Alegre: Artmed,2006

•WAJNSZTEJN,Rubens- Dificuldades Escolares:um desafio superável/São Paulo:Atmed,2005

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